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Perturbação Obsessivo-Compulsiva
| O que é a Perturbação Obsessivo-compulsiva? |
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O que é a Perturbação Obsessivo-compulsiva?
“Ele é um fã obcecado por futebol”, “ela é obcecada por sapatos”, “ele é um mentiroso compulsivo”. Utilizamos estas expressões para falar de pessoas que fazem algo repetidamente, mesmo quando os outros não vêm nenhuma razão para o fazer. Contudo, o impulso de fazer ou pensar certas coisas repetidamente pode dominar a sua vida de forma pouco saudável.
Assim, se:
- tem pensamentos estranhos que se apoderam da sua mente, mesmo quando tenta afastá-los
ou
- tem comportamentos repetitivos como tocar, contar coisas ou lavar as mãos, vezes e vezes sem conta...
... pode ter uma Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC).
Como é ter uma Perturbação do Comportamento Alimentar?
A POC compreende três aspectos principais:
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os pensamentos que causam a ansiedade (obsessões)
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a ansiedade que sente
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os comportamentos que ajudam a reduzir a ansiedade (compulsões)
O que pensa (obsessões):
As obsessões manifestam-se através de pensamentos, impulsos, imagens, ou da combinação destes. Caracterizam-se por ser indesejadas, intrusivas e geralmente resistentes, podem ter os seguintes conteúdos:
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Pensamentos: palavras simples, frases curtas ou ritmos que são desagradáveis, chocantes ou blasfémias. Tenta não pensar sobre eles, mas eles não desaparecem. Pode preocupar-se com o facto de poder estar contaminado (por germes, sujidade ou HIV), ou que alguém se possa magoar porque você foi negligente.
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Imagens na mente: ver a sua família morta ou ver-se a si próprio a fazer algo violento ou de teor sexual que vai completamente contra o seu carácter – esfaquear, abusar de alguém ou ser infiel. No entanto, sabe-se que as pessoas com obsessões, normalmente, não concretizam as suas obsessões, não se tornando por isso violentas.
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Dúvidas: preocupa-se durante longos períodos de tempo com a possibilidade de ter causado algum acidente ou o infortúnio a alguém. Pode preocupar-se com a possibilidade de ter atropelado alguém com o seu carro, ou de ter deixado as portas e janelas destrancadas.
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Ruminações: argumenta consigo próprio sobre a forma como deve agir, se deve fazer uma coisa ou outra e não consegue optar pela decisão mais simples.
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Perfeccionismo: preocupa-se exageradamente com a ordem das coisas, se estão equilibradas ou no sítio certo, como por exemplo, preocupa-se que os livros não estejam precisamente alinhados na estante.
O que sente (emoções):
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Sente-se tenso, ansioso, com medo, culpado, aborrecido ou deprimido.
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Sente-se melhor quando leva a cabo os seus comportamentos ou rituais compulsivos, contudo este sentimento não dura muito tempo.
O que faz (compulsões):
As compulsões são comportamentos repetitivos e, aparentemente, propositados, precedidos ou acompanhados por uma sensação de compulsão à qual, geralmente se tenta resistir e que incluem:
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Corrigir pensamentos obsessivos: surgem pensamentos alternativos, que têm como objectivo neutralizar os pensamentos obsessivos, como contar, rezar ou dizer uma palavra especial várias vezes. Estes pensamentos alternativos conferem à pessoa uma sensação de alívio, uma vez que a pessoa acredita que podem prevenir que coisas más aconteçam. Estes pensamentos podem, também, ser uma forma de afastar pensamentos ou imagens desagradáveis que sejam incomodativas.
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Rituais: lavar as mãos frequentemente, fazer as tarefas muito lentamente e cuidadosamente, organizar objectos ou actividades de uma forma específica. Estes rituais podem ser tão demorados que o atrasam para comparecer a compromissos, ou realizar outras tarefas, bem como podem impedir de fazer algo útil.
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Verificar: Examina o corpo para perceber se está contaminado, verifica se os aparelhos em casa estão desligados, se a casa esta fechada ou se o caminho que vai percorrer é seguro.
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Evitar: Evitar qualquer objecto ou situação que relembre as obsessões, bem como evitar determinados locais, tomar decisões arriscadas ou aceitar responsabilidades. Por exemplo, pode evitar a cozinha porque sabe que vai encontrar lá facas afiadas.
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Acumular: Pode sentir necessidade de reunir bens inúteis, não sendo capaz de se desfazer deles ao longo do tempo.
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“Reafirmação”: Pede frequentemente aos outros para lhe dizerem que está tudo bem.
Qual a relação entre as obsessões e compulsões?
Como referido previamente, as obsessões podem surgir sob forma de pensamento, imagem, impulso ou combinados e provocando ansiedade, desconforto e stress. As obsessões podem surgir com ou sem pistas. Por outro lado, o desconforto provocado pelas obsessões conduz a comportamentos compulsivos ou rituais que podem ser evidentes (ex. lavar as mãos) ou encobertos (ex. fazer uma contagem para si mesmo), com o objectivo de reduzir essa ansiedade.
Quão grave pode ser?
O impacto da perturbação obsessivo-compulsiva (POC) na vida das pessoas pode variar, no entanto, sabe-se que as diversas áreas de vida, como o trabalho, as relações e vida familiar, são mais produtivas e satisfatórias se a pessoa não tiver que lidar constantemente com a POC. Os casos graves de POC podem em determinado momento impossibilitar rotinas de trabalho regular, fazer parte das actividades da vida familiar, ou até mesmo relacionar-se com a família. As relações familiares podem, ainda, deteriorar-se em situações mais graves, pelo facto de a pessoa com POC tentar envolver a família nos seus rituais.
Outras condições semelhantes com a perturbação obsessivo-compulsiva
A perturbação de dismorfia corporal ou o “stress da fealdade imaginada”, podem em determinadas situações assemelhar-se à POC. Bem como, a necessidade de arrancar os cabelos ou as sobrancelhas (Tricotilomania), o medo de padecer de alguma doença física grave (Hipocondria), síndrome de Tourette (as pessoas podem gritar ou espernear incontrolavelmente). Nas crianças, algumas formas de Autismo, como o síndrome de Asperger, podem assemelhar-se à POC, uma vez que têm frequentemente a mesma necessidade de manter rotinas ou uma ordem para determinadas coisas, que os ajudar a sentirem-se menos ansiosos.
Quando é que a perturbação obsessivo-compulsiva tem início?
Durante a infância podem ocorrer situações em que se exibem compulsões leves, como organizar os brinquedos de forma muito precisa ou evitar pisar rachadelas no pavimento, no entanto, isto tende a desaparecer à medida que se tornam mais velhas. A POC tende a manifestar-se na adolescência ou por volta dos vinte anos. Com o tempo, os sintomas podem aparecer e desaparecer, mas normalmente as pessoas que têm POC não procuram ajuda atempada levando-as a viver durante muitos anos com a doença seu que esta seja diagnosticada ou tratada.
O que causa a perturbação obsessivo-compulsiva?
Existem diversos factores que podem contribuir para o aparecimento de uma Perturbação Obsessivo-Compulsiva, entre os quais podemos encontrar:
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Genes: Por vezes, a POC é hereditária, ou seja, pode ocasionalmente ocorrer em várias pessoas da mesma da família.
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Stress: Acontecimentos de vida stressantes são responsáveis pelo aparecimento desta doença numa em cada três pessoas.
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Alterações cerebrais: Os sintomas de POC, quando ocorrem por um longo período de tempo, são frequentemente atribuídos a um desequilíbrio de uma substância do cérebro chamada serotonina (também conhecida como 5HT), embora ainda não existam evidências científicas sólidas que comprovem esta teoria.
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Personalidade: Pessoas meticulosas, metódicas e que valorizam a arrumação, têm uma maior probabilidade de desenvolver POC. Estas características que podem ser úteis, no entanto, quando levadas ao extremo podem constituir um problema de saúde mental.
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Formas de pensamento: Todos nós temos pensamentos e criamos imagens estranhas ou perturbadoras, como “e se eu tivesse parado em frente ao carro” ou “posso fazer mal ao meu filho”. A maioria de nós rapidamente afasta estas ideias e continuamos com as nossas vidas. No entanto, se tiver padrões elevados de moralidade e responsabilidade, pode sentir que, apenas o facto de ter esses pensamentos, é terrível. Portanto, mais facilmente, vai estar atento a este tipo de pensamentos e fazer com que eles voltem.
O que faz com que a perturbação obsessivo-compulsiva se mantenha?
Algumas das estratégias usadas para controlar os sintomas da POC, podem na realidade contribuir para a sua manutenção. De seguida apresentam-se algumas dessas estratégias:
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Tentar afastar os pensamentos desagradáveis: esta estratégia, normalmente, faz com que esses pensamentos voltem ainda com mais frequência. Por exemplo, se tentar não pensar num elefante cor-de-rosa nos próximos minutos – vai achar que provavelmente é difícil pensar noutra coisa.
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Os rituais, a verificação, o evitamento e a procura de confirmação, fazem com que se sinta menos ansioso, a curto prazo – especialmente se sentir que estas estratégias podem prevenir que algo perigoso aconteça. Mas, de cada vez que as realiza, fortalece a crença de que elas previnem que coisas más aconteçam. Assim, sente-se mais pressionado para as realizar e assim sucessivamente.
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Recorrer a pensamentos neutralizantes: Tentar substituir um pensamento perturbador, por outro pensamento que o neutralize (por exemplo, contar até dez), ou ver uma fotografia (por exemplo, ver uma pessoa viva e saudável).
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