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Perturbação Obsessivo-Compulsiva


O que é a Perturbação Obsessivo-compulsiva?
Tratamento da Perturbação Obsessivo-compulsiva
Informações úteis

Tratamento da Perturbação Obsessivo-compulsiva


A Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) pode ser tratada recorrendo a diversos tratamentos, como:

 

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

 
Existem duas estratégias da terapia cognitiva-comportamental, que se têm verificado eficazes no tratamento da POC, elas são:

 

a) Exposição e Prevenção de Resposta

 
Esta é uma das estratégias utilizadas para deter os comportamentos compulsivos e a ansiedade que reforça cada um deles. Sabe-se que quando uma pessoa permanece numa situação stressante por tempo suficiente, gradualmente, habitua-se a ela e a ansiedade vai diminuindo até desaparecer. Esta estratégia consiste em confrontar, gradualmente, a pessoa com a situação que teme (exposição) mas certificando-se de que não irá fazer os seus rituais compulsivos, como de verificação ou limpeza (prevenção de resposta) e ao longo do tempo a ansiedade vai desaparecendo.

 

A exposição e prevenção de resposta, deve ser realizada em pequenos passos: 

  • fazer uma lista de todas as coisas que teme ou evita neste momento; 
  • colocar as situações ou pensamentos menos temidos na base e os piores no topo;

 

Assim, começa-se a trabalhar pela base, avançando depois para o nível seguinte até atingir o topo. A passagem ao nível seguinte não ocorre enquanto não se cumprirem os objectivos do nível anterior.
Os exercícios propostos para cada nível devem ser feitos todos os dias, durante pelo menos duas semanas. Cada uma das vezes em que se realizam o exercícios, pretende-se que a exposição ocorra o tempo suficiente para que a ansiedade diminua, o que deve ocorrer em pelo menos metade dos momentos – no início, isto pode durar cerca de 30 a 60 minutos.
A evolução desta intervenção pode ser monitorizada através da construção de uma escala de ansiedade, que pode ir do 0 (sem medo) ao 10 (medo extremo), onde pode ir anotando os valores a cada 5 minutos, para ter uma perspectiva mais realista dos momentos de maior e menos ansiedade.
Alguns dos passos de cada exercício, podem ser treinados com o terapeuta, no entanto, estes deverão ser realizados individualmente, a um ritmo confortável para a pessoa. É importante ter consciência que o objectivo não é eliminar totalmente a ansiedade, mas antes diminui-la o suficiente para que a pessoa se sinta melhor.

 
A ansiedade:

  • é desagradável mas não é nociva 
  •  eventualmente, acaba por desaparecer 
  •  é mais fácil de enfrentar com a prática regular

 

Existem essencialmente duas formas para realizar a Exposição e Prevenção de Resposta:

 

Auto-ajuda guiada:

Seguindo as indicações de um livro, cassete, vídeo ou DVD e ocasionalmente, contactar com um profissional para aconselhamento e apoio. Esta abordagem pode resultar se a POC for ligeira, e existir confiança suficiente para tentar novas formas de auto-ajuda.

 

Contacto regular com um profissional de forma individual ou em grupo:

Pode ser feito de forma presencial ou por telefone. Inicialmente, realizam-se, sessões semanais ou quinzenais durante 45 a 60 minutos de cada vez. Começam a perceber-se resultados ao fim de dez sessões.


b) Terapia cognitiva

 

A terapia Cognitiva é um tratamento psicológico que ajuda a mudar as reacções aos pensamentos, em vez de os tentar eliminar, uma vez que se sabe que quando tentamos não pensar neles, a sua presença se torna mais frequente. Esta intervenção é útil em situações em que existem pensamentos obsessivos preocupantes mas não existem rituais ou comportamentos que façam com que a pessoas se sinta melhor. Esta estratégia pode ser complementada com o tratamento de exposição. Os alvos da terapia cognitiva são:

 
- Pensamentos irrealistas auto-críticos, como: 

  • atribuir demasiada importância aos pensamentos; 
  • sobrestimar as hipóteses de acontecer algo mau; 
  •  sentir responsabilidade pelas coisas más que acontecem, mesmo quando estão fora do controlo; 
  •  tentar livrar-se de todos os riscos que os seus entes queridos podem correr. 

 

- Pensamentos intrusivos desagradáveis

A terapia cognitiva pode ajudar a:

 

Ter uma perspectiva diferente

 
Em determinado momento todos temos pensamentos estranhos, mas não passam disso mesmo. Isso não significa que sejamos más pessoas ou que coisas más aconteçam e, como já se viu, tentar livrarmo-nos desses pensamentos simplesmente não resulta. Assim, devemos relaxar na presença deles, lidar com eles com uma ligeira curiosidade ou diversão. Mesmo que surjam pensamentos ainda mais desagradáveis, não devemos resistir, mas sim deixá-los acontecer, e pensar neles da mesma forma.

Olhar para os pensamentos individuais

 
Qual é a probabilidade de esta ideia ser ou não verdadeira?
Quão útil é este pensamento? Qual poderá ser outra forma de olhar para ele?
Qual o resultado pior/melhor/mais realista?
Como aconselharia um amigo que tivesse os meus problemas? Se for diferente do conselho que dou a mim mesmo, o que me torna tão especial?

 

Um terapeuta cognitivo ajudá-lo-á a decidir quais as ideias que quer mudar, e a construir novas ideias que sejam mais realistas, equilibradas e úteis.

 


Um Exemplo

O João nunca consegue sair de casa a horas, para ir para o emprego, porque tem que verificar muitas coisas em casa. Ele fica preocupado que a casa se incendeie, ou que possa ser roubado se não verificar determinadas coisas cinco vezes. Ele realizou uma lista com o que verifica, começando pelo mais fácil de resolver:

 

  • o fogão (menos temido) 
  •  a caldeira 
  • o gás 
  • as janelas 
  • as portas (o mais temido)

 

Começando pelo primeiro nível. Em vez de verificar que o fogão está desligado várias vezes, o João, verificou apenas uma (exposição). No início sentiu-se muito ansioso, mas conseguiu evitar voltar atrás para verificar novamente. Concordou, também, em não pedir à mulher para que esta verificasse por ele e não lhe pediu para confirmar que a casa está segura (Prevenção de Resposta). Ao longo das duas semanas o seu medo reduziu gradualmente. Seguidamente mudou para a segunda etapa (a caldeira) e assim por diante. Eventualmente, ele vai ser capaz de deixar a casa sem qualquer tipo de ritual de verificação e chegar a tempo ao emprego.


Medicação Antidepressiva

 
Os antidepressivos SSRI podem ajudar a reduzir as obsessões e compulsões, mesmo que não esteja deprimido. Podem ser utilizados sozinhos ou em conjunto com a Terapia Cognitivo-Comportamental nos casos de POC moderada a grave. Se o tratamento com um SSRI não ajudar passado três meses, o próximo passo é mudar para um SSRI diferente.

Quais os resultados destes tratamentos?

 

Tratamento de Exposição e Resposta
Cerca de 3 em cada 4 pessoas que completaram o tratamento de exposição e resposta foram muito ajudadas. Dos que ficam melhor, um em cada quatro desenvolvem sintomas no futuro, e precisam de tratamento extra. MAS, uma em cada quatro pessoas recusam o tratamento de exposição e resposta, ou recusam-se a terminá-lo, pois sentem muito medo ou sobrecarga para o fazerem.

Medicação
Cerca de seis em cada dez pessoas melhoram com a medicação. Na média, os seus sintomas reduzem para metade. A medicação anti-obsessiva ajuda a prevenir que a POC volte, desde que continue a ser tomada, mesmo depois de muitos anos. Infelizmente, cerca de uma ou duas pessoas que pára de tomar a medicação volta a ter sintomas nos meses seguintes. A probabilidade de isto acontecer é muito menor quando a medicação é combinada com a Terapia Cognitivo Comportamental.


Qual a melhor abordagem – a medicação ou outros tratamentos?

 

A terapia de Exposição pode ser tentada sem ajuda profissional (em casos ligeiros), é eficaz e não tem efeitos secundários, exceptuando a ansiedade. Por outro lado, necessita de muita motivação e trabalho árduo, e envolve, a curto-prazo, ansiedade extra.
A terapia cognitivo-comportamental e a medicação são, provavelmente, igualmente eficazes. Se a POC for ligeira, a terapia cognitivo-comportamental é eficaz por si só.

Se a POC for moderada ou grave, inicialmente pode-se escolher entre a terapia cognitivo comportamental (mais de 10h de contacto com o terapeuta) ou medicação (durante 12 semanas).
Se a POC for grave, provavelmente, é melhor tentar a medicação e a terapia cognitivo comportamental em conjunto desde o início. Fazer apenas medicação pode ser uma opção se a POC for moderada ou grave e se não existir capacidade para se lidar, simultaneamente, com a ansiedade que a terapia de exposição e prevenção de resposta provoca. No entanto, existe uma maior probabilidade de a POC regressar no futuro – 1 em cada 2, comparativamente com 1 em cada 4 para os tratamentos de exposição. A medicação deve ser tomada durante aproximadamente um ano, e, obviamente, não é recomendada na gravidez ou no aleitamento.

E se os tratamentos não resultarem?

O médico pode referenciá-lo para uma equipa especializada, que pode incluir psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais ou terapeutas ocupacionais. Eles podem sugerir: 

  • adicionar a terapia cognitiva aos tratamentos de exposição ou medicação; 
  •  tomar dois medicamentos anti-obsessivos ao mesmo tempo, como a cloropramina + a citalopram; 
  • tratar outras condições como ansiedade, depressão e abuso de álcool, caso estas existam; 
  • adicionar medicação antipsicótica; 
  • trabalhar com a família e cuidadores para apoiarem e aconselharem a pessoa.

 

Se a pessoa tiver dificuldades em morar sozinha, pode ser sugerido que se encontre um local adequado com pessoas que a possam ajudar a tornar-se mais independente.

É necessário ser internado para receber tratamento?

O tratamento da POC é, normalmente, realizado em regime de ambulatório, ou seja fazem a consulta e voltam para casa. Esta consulta pode ser realizada num hospital, clínica ou gabinete.
A admissão numa unidade de saúde mental só será sugerida se:

 

  • os sintomas forem muito graves, e a pessoa não conseguir cuidar de si devidamente ou se tiver pensamentos suicidas. 
  • tiver outros problemas de saúde mental graves, como uma perturbação de comportamento alimentar, esquizofrenia, psicose ou depressão grave. 
  • a POC a impedir de ter tratamento numa clínica.

 

Quais os tratamentos que não resultam com a POC?

Algumas das abordagens seguintes podem resultar com outras condições – mas não existem evidências que resultem com a POC:

 

- Terapias complementares e alternativas como a hipnose, homeopatia, acupunctura e remédios naturais – mesmo que pareçam atractivos. 
- Outros tipos de medicação antidepressiva, a menos que para além da POC exista, também, depressão. 
-  Medicamentos para dormir ou tranquilizantes (zopiclone, diazepam e outras benzodiazepinas) por mais de duas semanas. Estes fármacos podem ser aditivos. 
- Terapia conjugal ou de casal – a menos que existam outros problemas na relação para além da POC. É útil que o parceiro ou família tente encontrar mais informações sobre POC e sobre como ajudar. 
- Psicoterapia psicanalítica. Algumas pessoas acham útil pensar sobre a sua infância e as suas experiências passadas. Contudo, a experiência mostra-nos que enfrentar os medos resulta melhor do que conversar sobre eles.


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